Grande parte das atividades humanas possui água em seu processo. Durante o processo, ocorrem alteração de natureza física, química e biológica nas características naturais da água, gerando então, a água residual do processo, de caráter contaminada, chamada de efluente.
O que acontece com essa água residual do processo?
Mais cedo, ou mais tarde, ela retornará para o manancial de onde foi captada (corpo receptor). Entretanto, por ter sido submetida às etapas provenientes de um tipo específico de uso, a água residual acaba possuindo características distintas daquelas que lhes eram intrínsecas no momento de sua captação, e o seu contato com o corpo hídrico pode comprometer significativamente a qualidade da água do manancial. O comprometimento da qualidade hídrica de um corpo d’água, pode ser, também, indicada como “poluição da água”.
Consequência da poluição da água
As principais fontes de poluição da água são os efluentes de origens doméstica e industrial. Eles podem chegar ao
curso hídrico por meio das seguintes formas:
(i) pelo escoamento da superfície e/ou pela infiltração no solo. Fenômeno conhecido como contaminação “difusa”; e
(ii) por meio de tubulações emissárias de esgoto e de galerias de águas pluviais. Neste caso, denomina-se
contaminação “pontual”.
Seja de forma difusa ou pontual, quando os efluentes entram em contato com o corpo receptor, eles tendem a
modificar a composição original da água, sendo capaz de torná-la potencialmente prejudicial às formas de vida
aquática. Além disso, a água do corpo receptor, pode, inclusive, após
este contato, tornar-se imprópria para um determinado uso, que
estaria previamente estabelecido para ela.
Principais impactos do efluente na água
Os impactos da poluição da água são diversos, afetando, por
exemplo, a cor da água, a contaminação por microorganismos e/
ou por compostos tóxicos, a alteração no consumo de Oxigênio e na
Demanda Bioquímica de Oxigênio etc.
Todo corpo hídrico possui uma capacidade natural de “recuperação”,
a qual é conhecida como “autodepuração”. Contudo, dependendo da
quantidade de lançamentos que são realizados na água, o manancial
perde essa “autossuficiência”. Isso pode ser observado as figuras a
seguir. Nela é possível acompanhar o crescimento das cidades, e, com
ele, o aumento dos lançamentos no corpo receptor.
Com o crescimento das áreas residenciais e industriais, há um aumento significativo dos lançamentos no corpo hídrico, impedindo o processo de “autodepuração”.
Quando a capacidade natural do rio não é mais suficiente, se
corrobora a ideia de que é necessária uma certa “adequação”
do efluente em momento anterior ao seu lançamento no corpo
receptor. Essa ação permite que, mesmo após o despejo do efluente,
a qualidade hídrica do manancial não venha a ser comprometida.
Chama-se esse processo de “Tratamento de Efluentes”.
A definição do tratamento a que o efluente deverá ser submetido
dependerá da origem da água residual (seja doméstica ou industrial –
considerando-se, inclusive, o tipo de indústria a que se refere). O tratamento dessa água residual, contudo, deve ter um objetivo.
Deve-se atingir um padrão definido; um limite. E, para nortear
esse processo, existem instrumentos legais que apresentam as
características mínimas que um efluente deve possuir, para que este
possa ser lançado no manancial, sem causar danos à qualidade
hídrica do corpo receptor.
Quais são os tipos de efluente?
Existe dois tipos de efluentes, os domésticos e os industriais. As características específicas de cada um deles pode ser observada a seguir.
Efluente doméstico
Uma determinada água se transforma num efluente doméstico quando, durante a sua passagem pelas instalações sanitárias, ela acaba incorporando novos componentes à sua condição inicial. Os esgotos são gerados a partir do uso de vasos sanitários, ralos, pias, lavatórios, mictórios etc.; e, para que possamos entender o que o lançamento desse tipo de efluente gera no ambiente, é necessário que se conheça, de modo mais específico, as suas características. De um modo geral, as principais características a respeito dos efluentes domésticos, são:
- Altos teores de sólidos e de nutrientes (matéria orgânica)
- Elevados índices de bactérias do grupo Coliformes
- Alta Demanda Bioquímica de Oxigênio.
Efluente industrial
Uma determinada água se transforma num efluente industrial quando, durante a sua participação em diferentes processos produtivos, ela acaba incorporando novos componentes à sua condição inicial. Os efluentes gerados a partir da atividade industrial podem apresentar uma diversidade enorme de características, considerando-se a quantidade de processos possíveis de serem realizados. Neste sentido, se faz extremamente necessário entender as características do efluente antes que ele seja devolvido ao ambiente.
A atividade industrial faz uso de componentes potencialmente agressivos ao meio ambiente, tendo, como principais características, a existência de compostos orgânicos, substâncias radioativas, ácidos e metais pesados em sua composição.
O conhecimento a respeito da composição do efluente é fundamental, uma vez que, em algum momento ele será lançado no corpo receptor. Ou seja, ele será despejado novamente no corpo hídrico, de onde foi captado, antes do seu uso e modificação. Dependendo da composição desse efluente, ele poderá causar alterações nos ecossistemas, e é, por esse motivo, que a gestão de efluentes é tão importante. É fundamental que as características da água residual não venham a comprometer a qualidade hídrica do manancial ao qual será destinado.
Independente da capacidade de autodepuração do corpo hídrico, dependendo da quantidade de material lançado, ele pode “sobrecarregar” o corpo receptor, fazendo com que apenas essa capacidade de recuperação não seja suficiente para evitar a degradação da água do manancial.
Por esse motivo, existem instrumentos legais (leis, decretos, resoluções), que indicam quais são as características que os efluentes domésticos devem possuir ao serem lançados em um determinado manancial. A partir desses instrumentos deve-se buscar a adequação do efluente a ser lançado, com o corpo receptor, a partir de tratamentos específicos.
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